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junho 30, 2007

Jacinto (Hyacinthus Orientalis)

Família: Liliaceae
Nome comum: Jacinto
Outras variedades: Existem inúmeras variedades de Hyacinthus Orientalis

Descrição:O Jacinto é uma planta perene, floresce anualmente a partir de um bolbo (bulbo, no Brasil) e que em Portugal dá flor logo em Janeiro, se forem tomadas todas as precauções aconselhaveis na sua plantação. Dentro de casa perfumam a divisão onde se encontram enquanto mantiverem flor, o que pode durar duas semanas. Cada bolbo dá uma haste central com várias pequenas flores laterais, rodeada por quatro a seis folhas estreitas e compridas que saem da base da planta. Pode plantar-se um bolbo por vaso ou juntar vários bolbos no mesmo recipiente, de preferência da mesma cor ou tonalidade. Existem cerca de 60 espécies disponíveis (cultivares) e que cobrem quase todas as cores conhecidas. O efeito pode ser espectacular.

Origem:O Jacinto é originário da bacia do Mediterrâneo, desde o Norte de África, à Grécia, Ásia Menor e Síria. Em Portugal é uma planta que só recentemente passou a ser mais conhecida e que se encontra em viveiros e nas floristas no início da estação, muitas vezes com os gomos da flores ainda fechados para poderem vir a abrir em casa.

Cultura: Os verdadeiros apreciadores tomarão o cuidado de, por volta do mês de Agosto ou Setembro, visitar os locais da especialidade ou encomendar por catálogo os bolbos de Jacinto, para os plantar no início da época. Os bolbos em geral e em particular os do Jacinto devem ser plantados até ao final do Outono. Qualquer outra época do ano não serve, porque os bolbos devem passar por um período de “dormência” em local frio, in situ, ou seja no local definitivo, para florirem adequadamente. Portanto, não adquira bolbos noutra época do ano, embora algumas cadeias e supermercados onde se vendem plantas os ponham à venda a preço reduzido a partir de Janeiro. Já é muito tarde para os plantar e em geral tratam-se de restos de stocks que não devem ser adquiridos porque provavelmente nunca florirão ou, na melhor das hipóteses, se forem sãos e não tratados contra a auto-reprodução, florescem só na época seguinte.
Escolha então os bolbos mais sãos e fortes, sem “filhos” na base. Enterre-os a uma profundidade que tenha o dobro do seu tamanho, o pico para cima e a base um pouco mais achatada para baixo, de onde sairão as raízes. Se tiver possibilidade, no fundo do buraco antes de assentar o bolbo ponha um pouco de terra solta misturada com areia de construção (sem sal) para que a água das chuvas drene bem. Um pouco de adubo orgânico no fundo faz maravilhas. Separe os bolbos uns dos outros à distância de pelo menos, um palmo atravessado. Faça primeiros os buracos todos e só depois coloque os bolbos. No fim cubra e calque suavemente a terra para não deixar bolsas de ar. Regue uma única vez.


Luz: No jardim, cubra o bolbo com palha seca ou mesmo folhas de árvore para protegê-lo contra algum animal. Não faça nada durante todo o Inverno e quando o tempo começar a aquecer, em meados de Janeiro/Fevereiro, retire a cobertura do solo - a palha ou o que tiver colocado por cima. A partir do momento em que despontam as primeiras folhas, o Jacinto aprecia sol fraco e muita luz indirecta, devendo manter-se sempre fresca a terra onde se encontra o bolbo.


Humidade: Durante o Inverno os bolbos não são regados. A terra deve estar fresca mas não excessivamente húmida, para que o bolbo se possa alimentar e fortalecer sem apodrecer. Quando as folhas rebentam passa a regar-se normalmente uma vez por semana. Evite molhar as flores. O bolbo pode ser retirado do solo durante o Verão, para voltar a ser plantado no Outono seguinte. Enquanto estiver fora da terra, é guardado em sítio fresco e seco.

Resistência: Os Jacintos gostam de climas frios e por essa razão no Centro e Sul de Portugal o mesmo bolbo dificilmente volta a florir após o primeira ano de floração. Já no Norte é possível retirar o bolbo do chão, depois das folhas ficarem todas castanhas, cortando as pontas a quatro centímetros do bolbo e guardando-o num local seco, fresco e arejado (uma garagem) até ao Outono seguinte.


Propagação:
Nos bolbos de qualidade, nascem “filhos” junto à base dos bolbos mais velhos, que se separam no fim do Verão, enquanto a planta ainda não está activa. Se pretender estimular o nascimento destes bolbos mais pequenos, faça uma incisão em cruz no bolbo mais velho, antes de o guardar para o repouso anual. Estes bolbos mais pequenos não dão flor antes de dois ou três anos, por isso há que ter paciência…


Aplicações:Os Jacintos dão flor em meados da Primavera, assim como quase todos os outros tipos de bolbos plantados no Outono. Devido à natureza da sua flor, uma haste única e anual, aconselha-se a plantar o Jacinto em grupos da mesma cor ou de cores que tenham afinidade entre si e no maior número possível, para ser mais agradável à vista. Se puder, plante vários grupos com alguns dias de intervalo, para que possa ter flores por mais tempo. Em geral no fim de Maio já não terá senão folhas a amarelecer e este aspecto é importante - se não quiser que o bolbo enfraqueça: retire sempre as flores murchas, cortando-as, mas deixe as folhas envelhecerem na planta até ficarem amarelas! Corte então a quatro centímetros do bolbo ou rente ao solo, antes de guardar o bolbo.
Pode plantar bolbos em canteiros, espalhados pela relva e junto a árvores, ou em vasos, onde ficam muito bem com amores perfeitos ou com hera, por exemplo. Pedrinhas roladas sobre a superfície dão um aspecto bonito ao conjunto.
Forçar os bolbos - Este processo permite obter flores mais depressa, mas enfraquece o bolbo a tal ponto que não serve para nova floração. Coloque o bolbo dentro de uma jarra que tenha um “pescoço” apertado , com água por forma a que o bolbo assente a base e toque na água, sem ficar muito mergulhado. Durante umas oito a dez semanas, guarda-se a jarra coberta com um cartuxo de papel pardo num armário escuro e não muito quente. Todas as semanas tira-se o cartuxo e junta-se água morna até repor o que evaporou. Quando os rebentos das folhas tiverem cerca de cinco centímetros, tira-se o cartuxo de papel e coloca-se a jarra junto da luz (no parapeito de uma janela), continuando a acrescentar-se água morna. Em breve o bolbo floresce exalando o seu perfume forte e característico.
Outra alternativa para forçar Jacintos é plantar quatro ou cinco num vaso largo com 12 centímetros de profundidade, mas não enterrando totalmente os bolbos. Tapa-se com papel e coloque no frigorífico a uma temperatura positiva mas não superior a 9º C. durante dez a doze semanas, para que se forme uma boa rede de raízes. Logo que a temperatura exterior aumente, trazem-se os vasos para um local fresco (cerca de 12º. C) e escuro, até se formar um rebento forte de onde sairão as folhas. Quando este tiver 5 centímetros, procede-se como no método anterior. Neste caso podem plantar-se os bolbos no jardim, mas só voltarão a florir passados alguns anos.

Características:O bolbo do Jacinto pode ser alérgico ao contacto para algumas pessoas e em circunstância alguma deve ser ingerido (atenção às crianças mais curiosas!) por causar fortes dores de estômago. O aroma, tão agradável para muita gente, chega a ser forte demais para outras pessoas, que podem sentir náuseas e dores de cabeça.

30-06-2007

junho 24, 2007

Alecrim (Rosemarinus officinalis)

Família: Labiatae / Lamiaceae (família da menta)
Nome comum: Alecrim
Outras variedades: R. 'Golden Rain', R. 'Prostratus', R. 'Roseus', R. 'Santa Barbara'

Descrição:
O alecrim é um arbusto lenhoso, de folha perene e cor verde acinzentada. Pode atingir até 1,8 m de altura e 1,2 a 1,5 m de largura, mas também é possível manter-se mais pequeno se for plantado num vaso. As folhas têm forma de agulha e duram todo o ano - mas não resistem ao corte e secam facilmente, caindo e perdendo o aroma.
As flores nascem no Inverno e na Primavera em pequenos grupos de 2 e 3, têm 2,5 cm de comprimento e são azuis muito claras, pontilhando todo o arbusto com pequenos flocos. O aroma emitido quer pelas folhas quando verdes, quer pelas flores, é característico e extraordinariamente agradável, mesmo quando se roça apenas ao de leve esta planta.
Origem:

Originário das regiões do Mediterrâneo, cresce em zonas por vezes muito áridas e secas, em solos rochosos e arenosos, suportando bem o calor e os Invernos menos chuvosos destas regiões.
Cultura:
Desenvolve-se por isso em solos bem drenados, arenosos não muito ricos. Pode ser plantado num vaso, de barro poroso que seca mais rapidamente, onde o solo deve ser pouco rico, semelhante ao dos catos, com uma mistura de terra, areia e perlite. Em solos ácidos torna-se aconselhável acrescentar um pouco de cal em pó todos os anos para o tornar básico.

Luz: Necessita de exposição solar direta durante pelo menos 6 horas por dia.
Humidade: Quando jovem, rega-se de 15 em 15 dias, sem nunca ensopar o vaso. Quando adulto, o alecrim não necessita de qualquer rega, exceto se estiver dentro de casa.
Resistência: Zonas quentes e secas (8 a 10).
Propagação: Fácil de propagar, através de estacas retiradas das pontas de ramos mais tenros que, colocadas dentro de água, criam raízes. Porém, quando as estacas são plantadas num meio obtido a partir de areia e terra limpa, as raízes obtidas são mais fortes e a planta resultante mais resistente. Não se aconselha a propagação através das sementes, por ser muito difícil.
Aplicações: Existe uma grande variedade de aplicações para este arbusto, especialmente no jardim e na horta. Serve de protetor para outras plantas mais sensíveis, quando plantado como barreira ao sol direto, ficando muito bem como sebe numa horta ou num canteiro, com flores pela frente, uma vez que os caules lenhosos são um pouco despidos na parte inferior. Ao longo de um pátio ou de um passeio, o alecrim desprende o seu aroma sem que seja necessário tocar-lhe. Depois da floração, deve ser podado para ganhar maior corpo em detrimento da altura.
O óleo que contém nas folhas e flores é muito volátil (esta a razão de libertar cheiro facilmente) e estimula o fluxo sanguíneo quando esfregado na pele. Uma infusão de folhas frescas na água do banho, estimula e refresca o corpo. É utilizado em Medicina Natural pelos herbanários, que o recomendam pelas suas propriedade antibacterianas e de aromaterapia.
As folhas podem ainda ser utilizadas em saquinhos de cheiros nas gavetas de roupa e nos armários, como repelente de insetos e ainda para afastar a traça.
Como atrai intensamente as abelhas é possível produzir mel com sabor a alecrim. Ainda na cozinha pode ser utilizado nos assados (folhas e espetos) e em saladas (flores). Nos grelhados a carvão, um ramo de alecrim sobre as brasas dá ao alimento um paladar e um aroma inigualáveis. Finalmente, é possível utilizar as folhas e as flores como aromatizante em vinagres, azeites e manteiga de ervas.
Características:
Dos cultivares, o “Golden Rain” é mais pequeno e tem as folhas jovens com pontas amarelas; o “Prostratus” cresce menos e desenvolve-se rente ao chão; o “Roseus” tem flores cor de rosa e o pequeno “Santa Barbara” possui flores azuis escuro e uma altura máxima de 30 cm.
O alecrim é uma das plantas com mais antigos registos na História dos povos da bacia mediterrânica, sendo-lhe atribuídas inúmeras qualidades e virtudes.


24-06-2007