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março 03, 2014

PLANTAS EM CASA

Na Loja Lindas e em Casa Tristes?

Hoje escrevo para aqueles que têm um pequeno apartamento de cidade e apesar disso não podem viver sem flores em casa. A vida já é tão difícil, porque não arranjar mais um pouco de trabalho?

Primeiro cuidado a ter, quando comprar prefira plantas com pequenas folhas a despontar em vez dos vasos carregados de flores que murcharão no curto prazo e deixarão de ter o “appeal ” que mostravam na loja: verá que se cuidar bem da sua nova aquisição, ela lhe fará companhia por muito mais tempo.

Não é tão imediatamente compensador mas no médio prazo sentimos estas plantas que se formam a partir dos nossos cuidados como nossas filhas, muito mais do que como “bibelots” caros e mal agradecidos.

Se seguiu este conselho e comprou uma plantinha sã (espreite por baixo das folhas e junto ao caule e escrutine bichinhos ou poeiras suspeitas), a primeira coisa a fazer é estudar o meio onde vem plantada, que pode ser tudo menos o meio adequado ao seu desenvolvimento. Acreditem, há pessoas capazes de tudo para vender.

Assim sendo, aprenderá a reconhecer que cada planta tem necessidades específicas que começam pelo solo de onde retiram o alimento quotidiano. Em geral um bom conselho é ter um vaso com a mesma altura da planta, embora algumas plantas gostem de ter as raízes apertadas e em pouco espaço. E o substrato deve em geral ter três componentes: terra normal para plantas, algum meio arenoso ou semelhante que permita drenar bem e alguma matéria orgânica para enriquecer o conjunto. Verifique qual a composição na etiqueta da embalagem.

Esta é uma regra perfeitamente válida: terra normal, areia e matéria orgãnica. Mas atenção, cada caso é um caso e por exemplo os cactos necessitam de uma mistura com pouca matéria orgânica e mais areia que impede o solo de ficar excessivamente húmido e assim apodrecer as raízes e um frangipani tropical exigirá muito um solo constantemente fertilizado e muita, muita água e principalmente sol.

Sol. Este é o segundo elemento fundamental depois de termos cuidado do tipo de solo. A luz natural é o instrumento que permite ou não o desenvolvimento adequado do seu novo “animal de estimação”, ou seja, terá que determinar qual das suas janelas está virada a norte e aí muito poucas plantas resistirão, sobretudo durante o inverno;  e também qual a que está mais exposta ao sol porque nela certamente só consegue fazer vingar cactos e pouco mais.

Alguém disse que no meio termo é que está a virtude? Pois bem, isto também se aplica às plantas. Coloque-as num local arejado, sem correntes de ar e que seja luminoso, sem ser à chapa do sol onde cozinhariam em fogo lento. Mais luz que sol, é o segredo. Com luz a mais ficam muito verdes, com luz a menos ficam um pouco mais pálidas.

Depois do solo e do sol o mais importante é o alimento. Como regra, fertilize com moderação, todos os quinze dias por exemplo, excepto no inverno quando não fertiliza nada ou fertiliza uma vez por mês no máximo.  Com o tempo vai habituar-se a olhar para as suas plantas e a reconhecer quando é que estão precisadas da sua atenção.


Que tipo de fertilizante perguntará você? Em geral encontra já tudo bem explicado nas embalagens, mas pode ficar com esta ideia geral: todos os fertilizantes tem no mínimo três componentes. Um é o azoto que alimenta as partes verdes; o fósforo que alimenta as raízes e finalmente o potássio que permite ter mais flores e frutos. Simples, não é? Bom, está simplificado, mas fiquemos por aqui. É claro que a maior parte dos produtos que encontramos à venda tem tudo isto e muito mais, mas isto é o fundamental para se saber nesta fase.

Finalmente, mas não menos importante: as regas. Que fazer quando a planta murcha? Regar muito, pouco ou nada? Primeira coisa a fazer: nunca regar por forma a que água saia pela base do vaso e fique no prato por mais de três quartos de hora. Como em tudo há excepções, mas em termos gerais, mais vale água a menos do que água a mais.

Segunda regra: a planta precisa de água quando a superfície do solo está seca. Se a terra está a despegar-se dos lados do vaso, a planta deve estar sequiosa. Nunca, mas nunca a deixe chegar a esse ponto. As plantas não merecem tanto desleixo e para além disso, mais vale deitar o seu dinheiro directamente no caixote do lixo que o resultado é o mesmo.
Tenha um pouco de atenção de quando em quando, se possível à mesma hora do mesmo dia da semana. Domingo de manhã é uma boa altura, mas se tiver mais tempo à noite também está bem.  De princípio regue só um pouquinho, aprenderá com o tempo  a avaliar qual a quantidade adequada, sobretudo se ao tocar com o dedo no solo verificar que este não está completamente seco desde que o regou na última semana.

Em jeito de post scriptum: nunca misture plantas compradas num viveiro que não seja da sua extrema confiança, com outras que tenha já em casa e que estejam de boa saúde. Coloque as recém- chegadas num local à parte durante uns dias, para evitar eventuais contágios...