Pesquisar neste blogue

agosto 10, 2014

CITRINOS



Laranjeira e Limoeiro
Nome Comum: Citrinos

Familia: Citrus spp
 
Descrição:

A espécie é em geral subtropical, isto é, suporta verões quentes e invernos amenos, mas hoje em dia é fácil encontrar limoeiros e laranjeiras assim como outras árvores relacionadas com a família cítrica, plantadas em recipientes onde também produzem os seus frutos, independentemente do clima prevalecente na região. A altura normal de uma árvore na natureza é de 5 a 6 metros, sendo possível encontrar espécies mais pequenas  com 2,4 a 3,6 metros.

Na maior parte dos casos cada planta é autofértil, pelo que não é necessário plantar outra árvore da mesma família por perto para a fertilizar. Começa a produzir frutos em regra entre os 3 a 6 anos de idade, dependendo porém do tipo de citrino em causa, do clima, do solo, do cuidado providenciado à planta e de outros fatores diversos.

As flores, que irão dar origem aos frutos, não têm propriamente um carater sazonal, podendo ocorrer quando o clima aquece e desde que chova (ou que sejam regadas) com regularidade. Com frequência ocorre a formação de flores e frutos em simultâneo na mesma árvore.
 
Origem:
São provenientes da China mas há centenas de anos que se cultivam em toda a Europa e na América tanto do norte como do sul, nos locais onde os invernos não são muito rigorosos, ou então em estufas, para benefício da população local que pode assim beneficiar não só do sabor destes frutos, mas também das caraterísticas verdadeiramente saudáveis para o ser humano.

Cultura:
Beneficiam quando plantadas num local soalheiro e protegido dos ventos. Para jardins pequenos com apenas uma ou duas árvores, convém ter em conta a exposição solar ao longo do dia e do ano e escolher o local onde ocorra o maior número de horas de sol. Podem ser plantadas em qualquer altura do ano se bem que como todas as árvores, a primavera seja a melhor altura para a planta se desenvolver. Se for plantada em vaso ou num contentor durante o inverno, deve ficar protegida numa varanda ou junto ao parapeito de uma janela, até poder ser transplantada na primavera para o local definitivo.

As árvores cítricas não gostam de solos excessivamente húmidos, pelo que não devem ser plantadas em locais onde se concentre água da chuva ou das regas. São árvores perenes (não perdem a folhagem no outono), têm folhagem verde escura e por vezes brilhante, possuem flores pequenas e brancas muito aromáticas, com um delicado perfume que pode ser sentido principalmente aos fins de tarde. Embora perenes perdem uma quantidade substancial de folhas cada ano, provavelmente para se rejuvenescerem, o que obriga a limpezas constantes das folhas que caem no solo por baixo da árvore para evitar a propagação de doenças e pragas. É talvez a parte mais “incómoda” da plantação de um citrino, de resto pouco trabalho dão e são árvores muito generosas, pelo menos em Lisboa, onde vários jardins mais antigos ainda as mantêm.

Os frutos necessitam de cerca de seis meses para atingir o tamanho conveniente e amadurecerem o suficiente para poderem ser comidos, mas o resultado final vale bem a espera pois são frutos que, quer na variedade laranja, toranja ou tangerina, são extremamente adequados à prevenção de muitas doenças, sobretudo pela ingestão de vitamina C de que são verdadeiras fontes naturais. O limão pode também ser utilizado em sumos ou na gastronomia, tendo virtudes semelhantes às dos outros citrinos.

Luz: Um citrino requer muita luminosidade e calor pelo que o melhor local para plantar uma laranjeira ou um limoeiro tem que beneficiar de pelo menos 6 a 8 horas de sol diário durante os meses quentes.

Humidade: Gostam de solo húmido mas nunca demasiadamente encharcado. Caso isso aconteça, o solo deve ser corrigido com areia e material orgânico para evitar a acumulação de água e permitir que esta escoe quando em excesso.

Resistência: Desde que cultivado no local adequado e devidamente irrigado durante todo o período de formação dos frutos, os citrinos não requerem cuidados extremos, resistindo bem a pequenos excessos, quer de calor, quer de frio e chuva. Podem perder os frutos se não forem bem irrigados, e exigem também algum cuidado com a fertilização para poderem dar frutos saudáveis.

Algumas semanas depois de ser plantada e nos primeiros anos, a árvore deve ser tratada com um fertilizante equilibrado (6-6-6). Existem à venda fertilizantes químicos próprios pra citrinos, mas tendo em conta que a árvore passa por três fases ao ano (descanso, desenvolvimento das folhas/ramos e frutificação), poderá ser tratada durante cada uma dessas etapas com o fertilizante adequado, tendo em conta que nas embalagens se descreve qual o objetivo final de cada composição.


Assim, se no conjunto NPK a primeira parcela (N) for a mais reforçada, isto significa que o tratamento à base de azoto irá fortalecer a folhagem. Se a parcela mais presente for o (P) significa que as raízes e o fruto benefeciarão mais e finalmente se for o (K) o elemento prevalecente, então serão as flores e os frutos os mais beneficiados. Chama-se equilibrado a um fertilizante que tenha todos os elementos N-P-K em igual proporção, tal como 10-10-10 ou 6-6-6, que são também conhecidos por fertilizantes universais.

Leia com cuidado as instruções e nunca ultrapasse as quantidades sugeridas, que dependerão do tamanho da árvore. Por regra isso acontecerá em condições normais uma ou duas vezes ao ano. Em qualquer caso será sempre melhor cortar um pouco na dose indicada na embalagem e utilizar a fertilização mais vezes ou à medida que se for observando os resultados, do que abusar e sobreutilizar a dose proporcionada à árvore, qualquer que ela seja. Nem a planta nem a sua carteira beneficiarão dos resultados com a aplicação de excesso de fertilizante.

Ao contrário do que acontece com outras árvores de fruto, nestas não é necessário fazer a triagem dos frutos que possam estar a mais quando começam a aparecer. A própria árvore se encarregará de deitar fora os frutos que não tenham sido devidamente polinizados, ou então dará mais frutos num ano do que no outro, permitindo que estas espécies durem muitos e muitos anos sem que a intervenção humana seja necessária.
 
Propagação: Em Portugal é fácil encontrar plantas à venda já com alguma altura, mas se se pretender fazer nascer a partir de uma dada semente, deve deixar-se de molho em água durante a noite e plantar depois num pequeno recipiente a uma profundidade de 1,5 cm em solo apropriado para sementes e sempre humedecido. Cobre-se o recipiente com um plástico transparente e deixa-se repousar junto a uma janela com luz solar durante algumas semanas, até a semente germinar. Pode então retirar-se o plástico, mas a pequena planta deve ficar junto a uma fonte de luz e algum calor até atingir uns 15 cm a partir do que pode ser plantada no exterior, se o tempo o permitir.
 
Esta solução nem sempre permite obter os melhores frutos, pois quando os citrinos são comprados em supermercados ou entram na cadeia de distribuição por norma são sujeitos a tratamentos variados para preservação e sujeição a viagens longas. Se puder, compre a muda do citrino numa feira perto de si e terá com certeza melhores resultados.

Aplicações:
Quando num jardim tiver espaço para árvores, não encontra uma espécie mais decorativa e bonita do que um limoeiro ou uma laranjeira que em épocas duradouras do ano se enche de frutos amarelos ou cor de laranja. Se tiver um relvado o contraste é muito invulgar, mas tenha atenção à necessidade de deixar uma boa área toda à volta da árvore, porque esta exige espaço para as raízes “respirarem”. Como referido anteriormente, prepare-se também para a recolha das folhas no relvado lá mais para o fim do inverno, todas as semanas terá que fazer a limpeza com uma vassoura de relva para que o aspeto e a higiene possam beneficiar o conjunto.

Características:
Qualquer citrino faz lembrar o verão, pois embora a época forte dos frutos seja o final do inverno, como duram muitas e muitas semanas quer nas árvores, quer depois de colhidos, é no verão que sabem melhor, em sumo ou ao natural.

Pestes e doenças:
Várias pragas atacam os citrinos quando as condições e cuidados propiciados não são os adequados. Porém nada que uma boa e forte mangueirada não cure de vez e sobretudo, quase nunca essas ameaças impedem que os frutos sejam bons e possam ser comidos. Para casos mais sérios do que os vulgares pulgões e aranhiços, deve ser consultado um serviço de jardinagem profissional, já que os químicos são perigosos para a saúde e para a natureza.

Se puder arranje joaninhas que dão conta de muitas das larvas atacantes, antes que se formem pragas de adultos. Também é vantajoso procurar a visita regular de pássaros (pondo água e comida junto dos ramos da laranjeira ou do limoeiro) ou então incentivar a existência de abelhas e vespas, que se entretêm a comer as larvas e também a polinizar. Apenas há que ter cuidado com as crianças e ensinar-lhes a não tocar em plantas quando há abelhas por perto.