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março 31, 2015

ROSA de JARDIM

Familia: Rosaceae
 
Descrição:
 
Os verdadeiros conhecedores são estudiosos profundos desta espécie botânica considerada por muitos como a rainha das flores. Aqui trataremos apenas dos aspetos principais da cultura de uma roseira, independentemente da espécie, do tipo, se é antiga ou moderna, brava, arbustiva, de trepar, de canteiro, híbrida ou de caules eretos. Ficaremos a conhecer os principais traços que nos permitirão cultivar uma roseira, sem preocupações de maior. Para essa finalidade, basta conhecer algumas práticas essenciais. Mas se se pretender mais do que ter uma roseira, por puro gosto e prazer, então será necessário estudar cada espécie de per si, pois na realidade cada planta tem exigências próprias. Existe aliás muita informação tanto on line como publicada em livros sobre esta matéria.
 
Origem:
Do cruzamento das chamadas rosas antigas europeias com rosas provenientes da China no século XVIII, resultaram muitas das espécies que hoje existem na floricultura moderna. No mercado encontram-se para venda plantas com ou sem torrão junto das raízes. No primeiro caso basta abrir um buraco no local definitivo onde se pretende colocar a roseira, regar primeiro para que as raízes encontrem humidade durante os primeiros dias da plantação, colocar o torrão ao centro alinhando a superfície para que o torrão fique todo enterrado e tapar com solo de preferência já preparado para jardim.
 
No caso de não existir torrão junto da raíz a roseira chama-se de raíz nua e requer um pouco mais de atenção, porque corre o risco de secar se não for devidamente tratada. Neste caso, convém colocar a raíz dentro de um balde com água duas horas antes de ser plantada, preparar o buraco colocando turfa e terra de jardim no fundo, segurando o caule e puxando um pouco para cima antes de encher o buraco com mais terra que se calca com cuidado para que não subsistam bolhas de ar. Rega-se abundantemente.
 
Cultura:
A melhor época para plantar uma roseira é no início da primavera, entre março e abril, ou então entre outubro e novembro, principalmente se for uma roseira de raíz nua. A planta não necessita de adubo nesta fase, apenas quando começarem a surgir os primeiros rebentos verdes avermelhados com novas folhinhas, ou seja, quando as raízes se fortalecerem e começarem a desenvolver.
 
Depois de plantada, é provável que a planta esteja um ano sem florir. Se porém der flor no mesmo ano, convém providenciar algum fertilizante orgânico, que deve ser colocado em volta do caule principal, sem tocar no mesmo.
 
Como as roseiras precisam em geral de pouca humidade nas raízes, basta regar quando estiver muito calor e sempre junto ao solo – nunca nas folhas e flores – de preferência de manhã ou à tarde. Água a mais e humidade nas folhas pode contribuir para o surgimento de pestes e doenças, por isso evite deixar uma planta na sombra e com água ao fim do dia, pois é um convite para a proliferação de maleitas diversas.
 
Caso utilize adubo químico, certifique-se que o solo foi previamente regado e proceda ainda a uma rega após a fertilização, evitando queimaduras devido a eventuais excessos do produto junto ao caule e também para que os nutrientes atuem mais depressa. A partir do verão – de julho a setembro – não se aplica qualquer adubo.

Luz: As roseiras são grandes amantes de sol e calor, embora devam ser protegidas do calor em excesso que pode queimar as folhas e mesmo as flores, sobretudo se estas estiverem molhadas durante as regas.

Humidade: Como já foi referido, em geral as roseiras não apreciam humidade a mais, indo buscar a água de que necessitam através das raízes de profundidade e não à superfície.

Apenas as roseiras recém plantadas pedem um cuidado especial nos primeiros tempos, enquanto se desenvolvem, podendo ser regadas nessa altura com mais frequência. Ao longo do ano eliminam-se as ervas daninhas que se vão encostando ao caule principal. Pode-se fazê-lo com um pequeno sacho ou enxada, tendo o cuidado de não ferir o caule. Cava-se ligeiramente de tempos a tempos para arejar a camada superior do solo. Se começarem a nascer rebentos laterais junto ao caule principal, retiram-se o mais abaixo do solo possível, pois são “ladrões” que roubarão à planta o vigor essencial.

Resistência:
Dependendo das espécies, as roseiras não carecem de grandes cuidados, exceto aqueles já referidos quanto ao sol e à humidade nas folhas. Por vezes são susceptíveis aos ácaros e a cochonilhas, podendo tentar-se inicialmente afastá-los com uma mangueirada forte numa manhã de sol e se não resultar, trata-se com produtos adequados para esse fim à venda nos centros de jardinagem.
 

De realçar que estas maleitas só surgem se a planta não tiver os cuidados essenciais de tratamento, ou seja, se não tiver solo adequado, rega em quantidade certa, adubagem na época própia e sol na medida exata. As pragas e doenças resultam sempre de desequilíbrios na envolvente da planta, pelo que se possível deve evitar-se chegar ao ponto de ter que aplicar químicos, tratando a planta de forma adequada ao longo de todo o ano.

Propagação:
A roseira é uma daquelas plantas que beneficia grandemente se for podada todos os anos. Quando? A poda principal deve ser feita na primavera, por volta de março ou abril. Para isso existe um sinal inequívoco: quando os botões começam a brotar na parte inferior da planta, está na altura de podar! A poda faz-se de fora para dentro, retirando todos os caules secos e mortos no ponto mais perto do solo possível, ou se forem laterais, quando partem do caule principal. Comece pelos caules exteriores, procure localizar o primeiro nódulo (argola) entumescido do caule contando do chão, corte em oblíquo um centímetro acima de modo a que a parte mais baixa fique para o lado de fora da planta permitindo que a água que cair nesse corte escorra para o chão, eliminando a acumulação de humidade que pode dar lugar a doenças.  

Nesse mesmo caule corte todos os ramos laterais finos e secos. Corte também os ramos que estejam a crescer para o lado de dentro da roseira, pois formarão um emaranhado desajeitado e contra produtivo, não permitindo o arejamento interior necessário. Repita este procedimento em cada um dos caules que a planta tenha, ficando no final com um “esqueleto” curto e baixo, embora com troncos verdes e tenros, dos quais brotarão em breve novos rebentos, naquilo que constitui um despertar induzido pela poda realizada. Com o tempo e experiência aprenderá a realizar melhor a poda, que aliás difere de planta para planta, mas que é indispensável para obter uma planta equilibrada, sem hastes longas e desagradáveis, providenciando ainda uma melhor e mais abundante floração. Os rebentos devem crescer para fora, portanto elimine tudo o que seja crescimento para dentro da planta ou cruzamentos de ramos interiores.
 
Aplicações:
Existem roseiras trepadeiras, ótimas para dar sombra em pátios, junto a uma parede, muro ou alpendre, roseiras isoladas em canteiro ou vaso, com grandes flores, perfumadas ou não, rosinhas pequenas, bravas e híbridas. A escolha do tipo depende do local onde se pretende ter a roseira, se existe luz suficiente, calor e sol, e por essa razão convirá estudar as opções de plantas existentes no mercado antes de se decidir por uma das espécies disponíveis. Na verdade, alguma espécies são mais resistentes do que outras e consequentemente mantê-las saudáveis dará menos trabalho. Leia a embalagem, verifique se a origem é credível e certifique-se de que o produto que adquire corresponde ao que pretende para o local pretendido.

Características:
As roseiras beneficiam da eliminação dos botões secos, depois da floração, pois este procedimento evita a formação de novas sementes e estimula a produção de mais flores durante a mesma estação, como se o "instinto" de procriação de sementes da planta a levasse a produzir mais flores e por via delas, mais sementes. Apenas nas roseiras de grandes frutos se evita retirar os botões secos, porque crescendo, eles são tão vistosos que se deixam na roseira por uma questão estética ou se retiram apenas para completar bouquês destinados a flores de corte.
 

março 09, 2015

ABÓBORA

Família: Cucurbitaceae
Nome comum: Abóbora
Outras variedades: Curgetes, abóbora menina, abóbora de inverno, abóbora de verão



Descrição:
A abóbora, a curgete e outros tipos de vegetais desta família como o pepino, pertencem ao grupo das cucurbitáceas que se caracterizam por produzir frutos com polpa abundante e se cultivam por regra no exterior. Também podem ser cultivadas em varandas ou em "mesas" próprias, mas deve ter-se em conta o facto de que a planta se "estende" por uma área considerável e portanto necessita de espaço, tanto em profundidade como em comprimento. As folhas são largas e por vezes desenvolvem gavinhas como as trepadeiras, avançando no terreno à sua volta. São plantas anuais que se desenvolvem em todo o espaço disponível, podendo ganhar raízes novas se os caules tocarem no solo, desenvolvendo-se um novo pé. Em todo o seu comprimento podem atingir de 3 a 9 metros.
Existem abóboras de inverno e de verão, consoante a época de colheita pretendida. Em geral, as abóboras de verão têm casca mole - são as curgetes, os pepinos, as abóboras mais pequenas - e as de casca dura que se colhem no outono e podem ser armazenadas durante vários meses sem se estragar. São um verdadeiro milagre na cozinha, quando já quase nada mais cresce na horta devido ao tempo chuvoso e frio e elas se mantêm com a polpa fresca e sumarenta no armário.

Origem:
Há cerca de 27 espécies de cucurbita, todas elas com origem no continente americano. Destas quatro são hoje em dia as mais utilizadas na produção de abóboras (e outras variedades) em todo o mundo. 

 
Cultura:
Nas abóboras as flores dividem-se em flores masculinas e femininas na mesma planta. As flores masculinas podem ser utilizadas na cozinha, estufadas, recheadas com queijo ou mesmo cruas em saladas, mas nunca se devem retirar todas as folhas masculinas da planta para que a fertilização das flores femininas, através dos insetos que as visitam, possa ter lugar. Há quem pincele suavemente os estames das flores femininas com pólen das flores masculinas para ajudar neste processo de produção do fruto. Este nasce da flor feminina que se diferencia da masculina justamente por ter no seu caule um pequeno fruto que é facilmente identificável quase desde o início da floração.
Em geral uma planta produz primeiro as flores masculinas e só um pouco mais tarde surgem aquelas que virão a dar fruto. Não retire nenhuma antes de se certificar que a planta produziu suficientes flores femininas ou não nascerá nenhuma abóbora da planta em questão.
Em Portugal é fácil produzir abóboras durante o verão, semeando ou adquirindo mudas pré-cultivadas nos meses de maio e junho. Depois de plantadas no local definitivo as abóboras dão fruto 40 a 60 dias depois, podendo ser colhidas se se pretender utilizá-las ainda antes da casca endurecer. Como produzem com abundância, não há dificuldade em obter grande quantidade de fruto e aliás quanto mais se colhe enquanto ainda é pequena, mais frutos se desenvolvem na mesma planta.
Se se pretender guardar a abóbora para utilizar mais tarde deve deixar-se ganhar volume e casca dura e colher 80 a 140 dias após ter sido plantada, armazenando em local escuro, fresco e seco. Pode congelar-se também, já descascada e utilizar em sopas ou compotas mais tarde.

Luz: As abóboras gostam de muito sol, mesmo muito. Mas também suportam um pouco de sombra se necessário. Trepam pelas árvores que se encontrem por perto, havendo até uma tese de que se dão bem se plantadas em conjunto com feijão e milho.

Humidade: No início da plantação as abóboras devem ser regadas com frequência, mas sem molhar as folhas. Quando já tiverem frutos, coloque-os protegidos do solo em cima de uma telha ou de qualquer outro objeto que evite que a abóbora fique molhada durante a rega para que não apodreça ou ganhe fungos. A boa circulação do ar e a luminosidade ajudam a planta e os frutos a manterem-se saudáveis.
Resistência: Só podem ser plantadas no exterior a partir do momento em que não haja risco de geada, pois não suportam o frio excessivo. Por outro lado suportam muito calor, sendo uma das produções mais fáceis de obter durante o nosso verão em praticamente todo o país. 

Propagação: Propagam-se por sementes plantadas a 5 cm de profundidade em solo fértil e bem solto. O espaçamento entre as sementes é de 1 a 2 m em filas de 2,5 a 3 metros umas das outras. À medida que se vão desenvolvendo, procure encaminhá-las por forma a não se emaranharem umas nas outras dificultando a entrada de luz.
 
 
Aplicações: Dependendo do momento da colheita, as abóboras confecionam-se cruas (abóboras colhidas ainda pequenas e moles, durante o verão) ou cozinhadas em compotas, sopas ou recheadas as flores masculinas, fritas em manteiga ou mesmo juntando-as apenas a uma salada verde. Muitas pessoas utilizam-nas também em decorações rústicas, porque duram muito e algumas espécies são realmente vistosas.