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janeiro 06, 2015

ORQUÍDEA PHALAENOPSIS


Nome Comum: Orquídea da Traça
Familia: Orchidacea

Descrição:
A Phalaenopsis é a orquídea melhor conhecida em Portugal, por ser barata e fácil de encontrar em floristas, viveiros e cada vez mais em supermercados. Conhecida como a orquídea da traça pelo formato da flor quando está aberta, a Phalaenopsis é talvez a melhor espécie de orquídea para se ter em casa, por ser muito fácil de cuidar e por florir com abundância, por vezes por mais de uma vez num ano, podendo cada floração durar até 3 meses. Para além disso, as flores são extremamente atraentes, têm cores variadas e possuem um aspeto delicado, sendo por isso muito decorativas.
 

Origem:
Originária de países da Ásia (Filipinas, Indonésia, Malásia, Sumatra, China e Taiwan), encontra o seu habitat natural nas florestas tropicais, em troncos de árvores onde se agarra através das raízes (o que significa que é epífita), protegendo-se por via da folhagem do sol forte e da luminosidade excessiva e beneficiando da humidade própria do ambiente, absolutamente necessária para o seu desenvolvimento saudável. Se pretender plantar a sua orquídea num tronco de árvore, faça-o quando não tem flores e coloque-a no lado onde apanhar menos sol ou mesmo sol nenhum, e no inverno terá de ser protegida com uma "tenda" têxtil para que não apanhe frio em excesso. Em Portugal, talvez só no Algarve se possa ter êxito com este método, porque elas não gostam mesmo nada do frio.

Cultura:
A temperatura ambiente e as condições existentes dentro de casa são por regra suficientes para se poder cultivar uma Phalaenopsis sem problemas, embora seja particularmente importante respeitar o tipo de vaso que deve ser utilizado, a qualidade do meio onde é plantada, a luminosidade a que está sujeita e a quantidade e frequência das regas. O vaso deve ser preferencialmente de plástico transparente, para se poder observar a qualidade das raízes.
Muitas pessoas deitam fora as plantas quando têm apenas folhas, logo após as flores secarem e caírem. As Phalaenopsis duram uma eternidade dentro de casa. Nas plantas mais saudáveis é possível obter novas hastes com flores após a primeira floração, cortando dois centímetros acima do terceiro nó, contado a partir do pé da haste. Na altura própria, em geral um ano depois, irá surgir uma nova haste a partir desse ponto, ou mesmo mais do que uma haste, e dela surgirão flores novas em regra iguais às anteriores. Também há quem corte a haste da flor quando secar rente à folha, para permitir o descanso da planta que assim demorará um pouco mais a dar haste nova, a qual porém virá mais forte. Por esta razão não devem ser rejeitadas as plantas depois de qualquer floração, pois sujeitando-a a uma manutenção adequada ela irá florir de novo, uma e mais vezes, no prazo de um ano e por muitos anos.

Luz:
Estas orquídeas, que como se refere acima existem em florestas tropicais com luz apenas filtrada pela copas das árvores, sob temperaturas quentes e muita humidade ambiente, quando cultivadas dentro de casa apenas exigem que o sol não incida nas folhas diretamente, pois queimam-se facilmente. Desenvolver-se-ão bem no parapeito de uma janela virada a leste, do lado em que nasce o sol quando este ainda está fraco. Suporta também janelas ou locais virados a sul ou a oeste, mais uma vez desde que protegidas dos raios de sol direto.
Em regiões de invernos mais frios e sombrios, é aconselhável colocar junto a uma janela virada a sul, protegida do frio exterior com uma barreira que pode ser uma cortina transparente ou até compensar a luminosidade insuficiente com luz artificial, através de lâmpadas fluorescentes com formato de tubo. Quatro lâmpadas montadas num suporte complementadas por lâmpadas incandescentes colocadas acima das plantas a uma distância de 15 a 30 cm, durante 12 a 16 horas por dia, consoante a duração do ciclo diário natural, ajudarão a manter a Phalaenopsis saudável e fértil. 

Regas:
A rega é particularmente importante e crítica para a sobrevivência da Phalaenopsis! Como não têm orgãos preparados para a reserva de água a não ser as folhas, não podem ser sujeitas a períodos de seca, pois não resistem à falta de humidade. O procedimento correto é mergulhar o vaso com a planta totalmente em água não muito fria sem molhar as folhas e tirá-la ao fim de uma meia hora, deixando escorrer muito bem o excesso de água antes de colocar o vaso no local definitivo. Só se deverá voltar a regar quando a superfície do substrato estiver quase, mas não totalmente, seca. Em locais com verões muito quentes e com baixo grau de humidade, será provavelmente necessário regar dia sim, dia não, mas neste caso basta deitar um pouco de água no substrato e deixar escorrer. Já no inverno e em locais mais frios, bastará fazê-lo de dez em dez dias. Regue apenas de manhã, para permitir que quando chega a noite já está seca, o que evitará manchas negras e podridão das raízes. É proibido regar por cima molhando o centro das folhas, apenas junto ao pé, no substrato, para evitar a podridão do tronco principal, fatal para a vida da planta e nunca, por nunca, deixar acumular água no pratinho por baixo do vaso!
Humidade:
Como já foi referido a humidade é muito importante para a Phalaenopsis, sendo recomendado um grau de humidade ambiente entre os 50 e os 80%. Em climas húmidos ou em estufas controladas, é absolutamente essencial que o ar seja renovado, o que pode ser feito com uma pequena ventoinha num nível fraco e girando levemente. Dentro de casa é aconselhável colocar pedrinhas por baixo dos vasos, para que algum excesso de água não entre em contato com o substrato e por sua vez com as raízes, apodrecendo-as.

Fertilização:
Fertilizar sempre no mesmo dia da semana, especialmente se o tempo estiver quente pois é a época em que estas plantas se desenvolvem mais. A Phalaenopsis gosta de rotinas na fertilização, por isso marque um dia da semana e faça-o sempre nesse dia. Quando se utiliza substrato especial para orquídeas feito com cascas de pinheiro e fibra de coco, utiliza-se um fertilizante com elevado azoto (30-10-10) duas vezes por mês. Nas outras fertilizações, um fertilizante equilibrado (10-10-10) é suficiente. Para obter novas florações é indicado o uso de fertilizante com elevado grau de fósforo (10-30-20).
Em todos estes casos porém, deve aplicar-se apenas metade da dose recomendada na embalagem do fertilizante, devendo ao fim de três sequências de fertilização intervalar com uma rega intensa com o vaso por baixo da torneira, ou dentro de um recipiente com água tépida, para que os sais que possam ter ficado incrustados no substrato possam ser descartados melhorando a qualidade global do meio. No inverno podem reduzir-se as regas para duas vezes ao mês e o fertilizante para ¼ da dose recomendada na embalagem, ou seja, com fraca intensidade.

Resistência:
Em geral as temperaturas ideais para a Phalaenopsis são de 16º C de noite e entre 24º e 29º C (ou mais) durante o dia. Com temperaturas mais elevadas os máximos não devem ultrapassar os 32º a 35º C, porque com tempo quente o sistema vegetativo desenvolve-se mais rapidamente, sendo necessário providenciar renovação sistemática do ar e humidade continuada. Esta opção existe geralmente em pontos de venda onde as estufas são controladas por forma a obter-se as condições ideais para uma mais rápida e abundante floração, simulando o clima tropical.
Para proporcionar a formação das hastes que darão flor é aconselhável manter a planta no outono a temperaturas perto dos 13º C durante algumas semanas. Variação de amplitudes térmicas frequentes e agudas podem traduzir-se na queda dos botões florais antes da sua abertura.

Propagação:
A Phalaenopsis propaga-se através de novos pés que nascem agarradas às hastes (keikis). Retiram-se as novas pequenas plantas apenas quando as raízes têm cerca de 3 a 5 cm, com cuidado para não danificar a planta mãe e transferem-se, de preferência na primavera, logo após a floração, para um novo vaso. O substrato utilizado deve ser poroso por forma a permitir a aereação e a não compressão das raízes. Sendo epífita, as raízes só necessitam do solo para se agarrarem e não devem ficar sufocadas. Uma planta resultante de um keiki demora algum tempo a tornar-se adulta e a dar flores, há que ter paciência e manter todos os cuidados referidos para uma planta adulta.
Habitualmente numa planta madura a mudança do substrato faz-se de dois em dois ou de três em três anos. Em geral quando as raízes se decompõem ficam castanhas ou pretas, sinal de que o substrato está esgotado e que é necessário mudar a planta para outro vaso com novo substrato. É possível deixar mais do que um pé no mesmo vaso, desde que se confirme que as raízes estão vivas e sãs. Este aspeto é reconhecido pela cor das mesmas: se estiverem cinzentas claro ou verdes, estão sãs. Se estiverem pretas, secas e castanhas, estão mortas.
Para substituir o substrato, vira-se o vaso de cabeça para baixo segurando a planta numa mão por cima de uma superfície limpa onde se vai trabalhar. Cortam-se as raízes mortas com cuidado depois de retirado todo o substrato com uma mão, enquanto com a outra se segura na planta, e coloca-se a planta já limpa das raízes velhas noutro vaso com novo substrato. Pode-se puxar pedaços do substrato, cascas e torrões que fiquem agarrados às raízes, desde que se faça com cuidado não danificando as raízes boas que têm em geral a pontinha verde ou cinzenta clara. Quando se coloca a planta no novo vaso, deita-se primeiro metade do substrato, espalham-se as raízes regularmente por cima e cobre-se o resto com mais substrato, tendo o cuidado de calcar para que a planta fique segura (a firmeza é essencial para que a Phalaenopsis se sinta bem dentro do vaso), de modo a que a junção das raízes com as folhas se situe ligeiramente acima da superfície do substrato.
Também há quem molhe bem as raízes  antes de reenvasar, para facilitar a retirada do substrato que irá ser substituído. Em todo o caso não esquecer que água a mais é fatal para esta planta, logo, deixe-a secar um pouco antes de voltar a colocar no sítio definitivo, depois de mudar de vaso e regar de novo. Para as plantas mais pequenas deve utilizar-se um substrato mais fino, enquanto que para as plantas maiores pode utilizar-se um substrato mais graúdo.

As hastes da Phalaenopsis podem ser seguras a um tutor, mas na natureza a planta cresce com as folhas caídas para o solo, a fim de evitar acumulação de humidade no centro das folhas e por essa razão as hastes também caem naturalmente, não necessitando de ser amparadas.